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Lidando com emoções através da imaginação

  • Foto do escritor: Hudson  de Pádua Lima
    Hudson de Pádua Lima
  • 9 de mai. de 2022
  • 3 min de leitura

Você com certeza já ouviu expressões como:

“Soltar raios pelos olhos”

“Cuspir marimbondos”

“Cuspindo fogo”

“Um bolo entalado na garganta”

“Engolir sapo”

“Borboletas no estômago”

“Sangue fervendo”

“Um gelo na barriga”

Todas elas dizem respeito a estados emocionais intensos expressos na forma de metáforas. Não são mais símbolos propriamente ditos, pois, de modo geral, seu significado é estabelecido e conhecido. Mas elas tiveram origem na função simbólica que é natural para toda a humanidade. Através de imagens visuais, sonoras ou motoras, expressamos da melhor maneira possível aquilo que não pode ser inteiramente conhecido pela consciência.

Então hoje eu vou passar uma dica, uma técnica simples de imaginação, para você tentar da próxima vez que estiver tomado por uma forte emoção e precisar de alívio. Jung ensina que por trás de cada emoção há uma imagem e que se pudermos acessar essa imagem, aliviamos a tensão e readquirimos aos poucos a paz interior.

O exercício funciona assim:

Pare tudo o que estiver fazendo, ajeite sua postura e faça algumas respirações profundas, trazendo sua atenção para o aqui e o agora. Feche os olhos, se isso te ajudar a se concentrar. Tente deixar de lado, por um momento, a situação que provocou esse estado emocional alterado e ao invés disso preste atenção apenas na emoção em si.

Procure localizá-la em seu corpo. Você pode sentir um peso, uma pressão, um desconforto, uma picada, uma sensação de calor ou frio… Por mais sutil que possa ser, procure essa sensação. Quando encontrá-la, leve toda a sua atenção para esse ponto e observe por um momento. A imagem pode surgir na sua mente no mesmo instante, pode ser também um som, uma vozinha interior.

Se a imagem não surgir espontaneamente, você pode moldá-la com a sua imaginação. Que cor tem essa emoção? Se tivesse um cheiro ou sabor, qual seria? Ela tem peso ou temperatura? É dura ou macia? Ela se move? Talvez ela faça uma pressão para fora, tentando crescer. Ou ela se comprime e faz você se encolher. Continue com essa brincadeira até formar uma imagem mais ou menos clara em sua mente. Dê atenção à ela por alguns instantes e depois, deixe-a ir.

Respire profundamente mais algumas vezes e volte sua atenção para o seu ambiente, encerrando o exercício. Perceba como está seu estado emocional agora. Como se sente? Conseguiu alguma paz, um pouco de alívio? De início, é normal que a imagem não surja claramente, que ela oscile ou até mesmo que você não veja nada. Tente de novo em outra oportunidade. Tente não racionalizar sobre o que está fazendo. É provável que você se sinta meio bobo por estar brincando de imaginar, mas e daí? Não tem ninguém olhando e que mal vai fazer?

Agora, se você conseguiu acessar a imagem, talvez esteja se perguntando e agora, é só isso? O que eu faço com ela? Essa imagem é uma expressão simbólica, ela poderia ser analisada em terapia e, até certo ponto, interpretada. Se você não faz terapia, talvez queira anotar sua experiência e ir decifrando aos poucos essa linguagem do seu inconsciente. Outra possibilidade é representá-la graficamente com lápis, lápis de cor, giz de cera, tinta... Isso é chamado de objetivar a emoção.

De qualquer maneira, só de conseguir acessar a imagem, você provavelmente sentirá um efeito terapêutico, pois você permitiu seu lado inconsciente ser reconhecido e é isso que ele busca, sempre. Se você o ignora, ele busca vazão em seu corpo. E o corpo tem uma capacidade natural de simbolizar: por isso você tem uma dor de barriga de ansiedade, sente uma dor no peito quando está com saudade ou de coração partido por exemplo. Porém, você pode acabar desenvolvendo doenças “emocionais” se continuar negligenciando as expressões do seu inconsciente. Por isso, comece a se conscientizar de suas emoções e, se possível, faça terapia.


Hudson de Pádua Lima

Psicólogo

CRP 06/165910

 
 
 

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2025 por Psicólogo Hudson P. Lima.

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